domingo, 16 de fevereiro de 2014

CÂMARA DOS DEPUTADOS: Projeto proíbe violência policial em manifestações e eventos públicos


A Câmara analisa o Projeto de Lei 6500/13, do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que proíbe a violência policial em manifestações e eventos públicos, e na execução de mandados judiciais de manutenção e reintegração de posse.
O texto proíbe, em qualquer hipótese, o uso de armas de fogo, balas de borracha, eletrochoque e bombas de efeito moral ou armas químicas, como o gás lacrimogênio.
Segundo o projeto, o governo poderá equipar os agentes com meios que permitam o exercício de sua legítima defesa. No entanto, os policiais armados deverão ser acompanhados sempre, durante os eventos e na reintegração de posse, por uma equipe de agentes desarmados e especializados na mediação de conflitos e na busca de sua solução pacífica.
A proposta permite apenas o uso de armas de baixa letalidade, definidas como “as projetadas especificamente para conter temporariamente pessoas, com baixa probabilidade de causar morte ou lesões corporais permanentes”. O uso delas só será aceitável, diz o texto, quando comprovadamente necessário para resguardar a integridade física dos agentes ou em situações em que o uso da força seja o único meio possível de conter ações violentas.
Para o deputado Chico Alencar, a atuação policial durante manifestações, eventos públicos e reintegrações de posse precisa deixar de ser orientada pelo “paradigma militarista” de que o manifestante é o inimigo. “Esse paradigma tem como pedra angular a arraigada premissa – inconstitucional e antidemocrática – de que o cidadão portador de determinadas identidades (em especial o jovem negro, o ‘favelado’, o imigrante, o manifestante) é inimigo a ser controlado e até mesmo combatido, e não sujeito portador de direitos que devem ser garantidos”, explicou.
Ele lembrou excessos cometidos por policiais durante as passeatas de junho passado, quando manifestantes e profissionais de imprensa foram atingidos por balas de borracha, bombas e gás.
“Não podemos admitir a repetição de cenas como as que tiveram lugar no Rio de Janeiro, no dia 17 de junho, quando a Polícia Militar atirou – supostamente para o alto – com fuzis e revólveres, para dispersar multidão de cerca de 100 mil pessoas que protestava”, citou.

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e Constituição e Justiça e de Cidadania.


NOTA DO BLOG: Interessante a opinião do Deputado Federal Chico Alencar, o qual critica o “paradigma militar” ressaltando sua inconstitucionalidade e antidemocrático. Contudo, a Constituição Federal dá o poder às Polícias Militares pelo policiamento ostensivo para a manutenção da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Não entrando no mérito do militarismo, pergunto ao nobre deputado (ironic mode) como conter uma manifestação radical, como as últimas que vem ocorrendo, sem o uso moderado da força? Não se trata de legítima defesa, mas do estrito cumprimento do dever legal.

Fonte: Sd Glaucia

Nenhum comentário:

Postar um comentário