Policiais após as apreensões |
Foi deflagrada na manhã de hoje, 11 de setembro, em Mossoró
pelo Ministério Público Estadual, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal
a Operação Cangueiros.
Foram cumpridos 11 mandados de prisão temporária e 17
mandados de busca e apreensão contra proprietários de Centros de Formação de
Condutores e funcionários públicos que trabalham no DETRAN/Mossoró entre eles o
Diretor do DETRAN de Mossoró, Jader Luiz Henrique da Costa. A operação decorreu
de investigação promovida pelo GAECO. Segundo as investigações todos os
envolvidos faziam parte de uma quadrilha que agia em Mossoró, Tibau, Assú e
Alexandria fraudando diversas etapas do processo de emissão da Carteira
Nacional de Habilitação - CNH´s. As irregularidades aconteciam desde o registro
falso da presença dos interessados às obtenção de CNH nas aulas teóricas à
facilidades nos testes escritos, práticos, psicológicos e exames médicos. Isso
possibilitou que pessoas analfabetas, por exemplo, ou com algum grau de
deficiência visual conseguisse obter sua Habilitação.
A fraude envolvia além do presidente do DETRAN e servidores
públicos daquele órgão, os proprietários dos Centros de Formação de Condutores,
SIGA, PARADA OBRIGATÓRIA, PILOTO e PITÉU. O esquema funcionava com a captação
de interessados à obtenção de CNH, os quais não precisavam assistir às aulas
teóricas e/ou eram favorecidos nas provas escritas e práticas. Em muitos casos
os gabaritos da prova teórica eram entregues em branco para posteriormente
serem preenchidos pelos integrantes da quadrilha. Além disso, os aspirantes a
condutores tinham acesso antecipadamente aos testes psicológicos e eram
aprovados nos exames de visão ainda que apresentassem algum tipo de problema
que o incapacitasse à aptidão no referido exame. Nem mesmo os testes de
direção, muitas das vezes precisavam ser feitos.
A quadrilha possuía uma tabela com os valores para os
favorecimentos que iam desde as aulas para o psicoteste, no valor de R$ 200,00,
à aprovação no teste de volante por R$ 250,00 e até R$ 4.000,00 para as demais
etapas do processo. A investigação demonstrou que o principal alvo da quadrilha
eram os analfabetos.
Entre os crimes praticados estão formação de quadrilha (art.
288 do CP), inserção de dados falsos em sistema de informação (art. 313-A) e
corrupção passiva e ativa (arts. 317 e 333 do CP).
A Operação Cangueiros contou com o apoio de 24 Promotores de
Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO),
120 agentes da Polícia Rodoviária Federal e de 12 Policiais Militares. Além das
prisões temporárias, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nas
cidades de Mossoró, Tibau, Assu, Alexandria e Aracati/CE.
Fonte: O Câmera
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